É muito raro percebermos se estamos ou não com halitose (mau hálito).

Se você tentar sentir seu próprio hálito, fazendo o formato de uma concha com suas mãos em torno da sua boca e nariz, expirando e cheirando, provavelmente tudo o que você irá sentir será o próprio cheiro de suas mãos.

O olfato dos seres humanos tem determinadas características que nos impedem de perceber um determinado odor, se este for constante. Isso ocorre por um processo de adaptação chamado de fadiga olfatória. Clique na frase em azul e entenda porque quem tem mau hálito não percebe.

Existem algumas maneiras confiáveis de verificar se seu hálito é ofensivo:

1) Indo a uma clínica especializada, submetendo-se a um aparelho para medir a concentração de gases derivados de enxofre no seu hálito (Halimeter ou Oral Chroma), responsáveis pelo mau hálito, chamados de Compostos Sulfurados Voláteis (CSVs). Além disso, se for necessário, o profissional que lhe atender fará um teste, chamado *organoléptico (veja o significado no final deste texto), para confirmar a existência ou não de alteração no odor do seu hálito.

2) Outra opção, que considero excelente, é perguntando a alguém em quem realmente confie, sua opinião sobre o seu hálito. Peça para checar seu hálito algumas vezes ao dia, em diferentes horários, e descubra os graus de severidade que o mau hálito pode ter (clique em graus de severidade, em azul, e aprenda como checar se está ou não com halitose).

3) É interessante também fazer um auto-exame em sua língua para verificar a presença de saburra lingual. Colocando a língua o máximo possível para fora, verifique no espelho se percebe uma camada esbranquiçada ou amarelada no fundo dela. Este pode ser um indício de halitose.
Para saber mais sobre as diferentes formações de saburra lingual, conheça os graus de formação da saburra lingual.

Os testes abaixo são outras alternativas, citadas na Internet ou na mídia em geral, porém não os recomendo, pois não são específicos, podendo dar um resultado falso positivo:

a) Raspar o fundo da língua com uma gaze, sentindo seu odor após 01 minuto e verificando o odor; pode dar positivo, mas você não ter halitose crônica, por ter uma salivação excelente, por exemplo. Neste caso, o mau hálito só se manifestará em certas ocasiões, quando a produção de saliva diminuir, seja por stress excessivo, ingestão de bebidas alcoólicas ou medicações que ressequem a boca. O ideal é seguir uma das opções acima.

b) Lamber a parte de trás da sua mão, deixar secar por vinte segundos e depois cheirar. Teoricamente, se fosse percebido uma alteração no odor, poderia indicar problema no seu hálito, pois os sais de enxofre presentes na saliva foram transferidos para a sua mão, se volatilizando (virando gás), liberando o odor nesse processo; entretanto, alertamos que esse teste pode dar positivo para pacientes com um hálito normal. Um exemplo disto são crianças com um hálito normal, mas com mania de se lamber. As suas peles ficam com um odor desagradável, devido aos cristais de enxofre presentes na saliva, apesar de terem um hálito normal.

c) Passar fio dental nos seus dentes do fundo, especialmente onde houver sangramento ou onde normalmente costuma acumular comida. Depois 30 segundos, cheire o fio dental, Isso pode revelar que existe uma fonte de mau hálito e que sua higiene bucal está deficiente. Entretanto, normalmente somente esta causa isolada não é suficiente para alterar o odor do hálito.

d) Julgar a reação das pessoas com relação ao seu hálito (elas passam a mão no nariz ou se afastam quando você está falando próximo).

Não recomendo utilizar este teste em nenhuma hipótese. Dependendo da insegurança que quem tem ou crê que tem mau hálito possui, existe uma forte tendência de interpretar erroneamente os gestos e atitudes das pessoas, sendo que a halitose pode não estar presente e ao interpretar de forma incorreta a reação das pessoas, pode acreditar que tenha mau hálito, agravando assim, ainda mais, as suas alterações comportamentais.

*Organoléptico no Dicionário Aurélio: Fisiol. Relativa à propriedade demonstrada por um corpo ou substância, de impressionar ou afetar um ou mais sentidos (no caso do hálito, de impressionar o sentido do olfato).

ASSISTA A ENTREVISTA ABAIXO, COM O DR. MAURÍCIO DUARTE DA CONCEIÇÃO, EXATAMENTE SOBRE ESTE ASSUNTO: