Por um processo conhecido como Fadiga olfatória, normalmente a pessoa que tem mau hálito não consegue percebê-lo. O motivo é que o sistema olfatório nos seres humanos identifica apenas um único odor por vez e deixa de sentí-lo se ele for constante.

As sensações olfatórias combinam impulsos derivados dos odores primários1. Como odores primários temos o odor canforado (retirado da casca da árvore canforeira), o almíscar (extraído da glândula do ruminante almiscareiro, cervídeo sem chifre da Ásia e África), hortelã (odor das folhas maceradas de hortelã-pimenta e menta), floral (extraído das flores em geral), acre (odor de ácidos voláteis em geral), etéreo (odor derivado do clorofórmio e éter) e pútrido (cheiro de restos animais decompostos ou ovos podres)2, que é onde o odor da halitose se enquadra.

Resfriados prolongados e Rinites podem causar uma perda moderada da sensibilidade olfatória (hiposmia), enquanto mulheres grávidas e em período menstrual apresentam um aumento moderado da sensibilidade olfatória (hiperosmia)2.

Voltando à Fadiga olfatória, o nosso olfato possui uma enorme capacidade adaptativa que é regida pela homeostasia, que é a capacidade regulatória que o organismo lança mão para compensar flutuações aleatórias do ambiente.

No início da exposição a um odor muito forte, a sensação olfatória pode também ser muito forte, mas, após um segundo apenas, ocorre a adaptação de cerca de 50 % dos receptores.
Daí em diante a adaptação se torna mais lenta, e após pouco mais de um minuto, o odor se torna quase imperceptível1, permitindo ao sistema nervoso captar novos odores2.

Um exemplo fácil de perceber isso é quando passamos um perfume, e em pouco mais de 01 minuto deixamos de sentir seu aroma, pois nos adaptamos a ele.

É por isso que tem halitose crônica não percebe, devido a este mecanismo fisiológico adaptativo chamado de Fadiga olfatória, presente nos seres humanos. Este mecanismo também nos impede de sabermos se estamos ou não com mau hálito.

Se você quer saber se tem chances ou potencial para ter mau hálito, descubra clicando em “como saber se tenho mau hálito.

Referências Bibliográficas:

1- Enciclopédia Barsa. Olfato. Rio de Janeiro: Encyclopaedia Britannica do Brasil, 1995, v.16.

2- Procópio, J.; Curi, R.; Fernandes, L. C. Praticando Fisiologia. 1a ed. Barueri: Manole, 2005. v. 1, p. 177-182.