Revista Farma Cremer (Março de 2009)

Apresentar um hálito saudável é um fator decisivo para a qualidade no atendimento e o sucesso nas vendas.

Conheça a origem dos problemas com o mau hálito e saiba como lidar com esta situação.

Halitose ou mau hálito é uma alteração orgânica que gera odores desagradáveis expelidos pelo ar que sai dos pulmões e passa pela boca. Uma condição que é envolta a mitos, falta de informação e normalmente é confundida como doença.

A halitose é um sinal de que algo no organismo está em desequilíbrio e precisa ser tratado. Comumente acredita-se que a maioria dos casos de mau hálito estão ligados diretamente a problemas de estômago. Porém, segundo a especialista em periodontia Dr(a). Cássia Vasconcelos Lima existem mais de 50 causas de mau hálito, no entanto, mais de 95% dos casos têm sua origem na cavidade bucal.

As principais causas são: a presença de saburra lingual, que é uma placa bacteriana esbranquiçada ou amarelada localizada na parte posterior da língua, as doenças da gengiva, como gengivite e periodontite, a presença de cáseos amigdalianos, que são pequenos grãos amarelados que se formam no interior das amígdalas e ainda a diminuição da produção de saliva, que é uma causa indireta importante, ocasionada principalmente pelo estresse e pelo efeito colateral de certas medicações.

A orientação é fazer a profilaxia (limpeza) bucal para evitar estes problemas. Ter hábitos simples como escovar os dentes após as refeições, utilizar o fio dental, usar um anti-séptico bucal e fazer a limpeza da língua, com o uso de raspadores e escovas apropriadas, são medidas essenciais para a manutenção da saúde da boca.

Apresentar um bom hálito é além de uma questão de saúde, um fator decisivo na manutenção das relações humanas. Pessoas que apresentam essa disfunção podem sofrer de sérios prejuízos psicossociais. Os relatos demonstram que elas desenvolvem baixa estima, têm dificuldade de estabelecer amizades e relações amorosas, de sorrir, de falar em público e até baixo desempenho profissional, nos casos que é necessário o contato com outras pessoas.

Segundo pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) cerca de 30% da população brasileira sofre de halitose crônica, ou seja, aproximadamente 51 milhões de pessoas afetadas, sendo que destes números são poucos os que procuram por orientação e tratamento adequado.
Na maioria dos casos a pessoa que apresenta halitose não percebe o odor devido a um processo de aclimatação chamado fadiga olfatória. Após a exposição contínua a um determinado cheiro o organismo se adapta em segundos, deixando de ser estimulado por ele. Como nos casos em que ao usar um perfume, a fragrância é rapidamente percebida e após alguns instantes já não pode ser mais sentida.

“…cerca de 30% da população brasileira sofre de halitose crônica, ou seja, aproximadamente 51 milhões de pessoas afetadas, sendo que destes números são poucos os que procuram por orientação e tratamento adequado.”

Um levantamento realizado pela Associação Brasileira de Estudos e Pesquisas de Odores na Boca (ABPO) mostra que os indivíduos que apresentam halitose foram avisados do problema por pessoas do convívio social e familiar, sendo 53% familiares, 26% cônjuges e 19% amigos.
Embora os participantes da pesquisa tenham recebido o alerta com certo constrangimento, afirmam que o aviso foi essencial para a identificação do problema.

“Apresentar um bom hálito é além de uma questão de saúde, um fator decisivo na manutenção das relações humanas.”

O estudo também constatou que 99% dos entrevistados acham que quem tem halitose deve ser alertado. Este dado é de extrema relevância, pois derruba o mito de que a pessoa portadora da halitose se sente ofendida e de que não se deve alertar sobre esta disfunção. “Com a constatação do problema o primeiro passo é procurar orientação de um médico que realizará alguns exames para identificar a origem do problema. Inicialmente o paciente passará por uma consulta de avaliação, na qual serão levantados os dados pertinentes sobre seu histórico médico, pontuando a função pulmonar, gástrica, intestinal, renal, cardíaca e odontológica, através de um exame clínico minucioso. A partir daí temos informações suficientes para diagnosticar as causas da halitose e estabelecer um plano de tratamento, que irá variar de acordo com as causas encontradas”, conclui a Dr.(a) Cássia Vasconcelos

A halitose têm ainda outra variação, conhecida como psicogênica, cujo paciente acredita ter mau hálito, mas na verdade não desenvolve nenhum sintoma. Uma característica de pessoas que já apresentaram relatos isolados do problema ou que apresentaram alguma alteração senso-perceptiva em seu paladar. O indicado nestes casos é também a orientação médica e psicológica.