Revista Aqui Vip (Outubro de 2008)
Halitose atinge grande parte da população, mas muitas pessoas desconhecem o problema.
Geralmente, ao acordar, você sente aquele hálito nada agradável, não é mesmo? Mas imagine conviver com alguém com mau hálito o dia inteiro? Não deve ser fácil. E para a pessoa que tem também não. Muitas vezes, os amigos e familiares ficam sem jeito de contar à pessoa que ela tem mau hálito. Mas o ideal é que alguém de confiança avise sobre o odor desagradável para que ela possa procurar o tratamento adequado.
De acordo com o Dr. Maurício Duarte da Conceição, cirurgião-dentista, a maioria das pessoas que sofrem de halitose não sente o próprio odor. “Isso ocorre devido a um processo chamado de “fadiga olfatória”, ou seja, as células do olfato rapidamente se adaptam a um determinado odor se ele for constante”, afirma.Há um mito sobre as causas do mau hálito. Muitas pessoas o atrib
uem a problemas estomacais mas de acordo com pesquisa da Associação Brasileira de Estudos e Pesquisas dos Odores da Boca (ABPO), 90% dos casos originam-se na cavidade bucal.
O Dr. Maurício relata que existem mais de 50 causas para o surgimento do mau hálito (isso em 2008 – hoje são conhecidas 89 causas – nota do autor). As principais são a presença de “saburra lingual”, que é a placa bacteriana esbranquiçada ou amarelada localizada no fundo da língua; má higiene bucal, presença de cáries e, principalmente, de doenças da gengiva (gengivite e periodontite).
O aparecimento de “cáseos amigdalianos” (pequenos grãos amarelados que se formam no interior das amígdalas) e a diminuição da produção de saliva também fazem parte destas causas ocasionadas principalmente pelo estresse e por certas medicações.
Além dos agentes bucais, a halitose pode ser originada por causas sistêmicas, tais como, diabetes, problemas hepáticos, insuficiência renal crônica e ainda o mau hálito vindo do jejum prolongado com motivo fisiológico.
Alguns pacientes que chegam à clínica do Dr. Maurício não possuem mau hálito, mas acreditam ter o problema. Esses casos são chamados de halitose psicogênica.
“Cerca de 99% dos pacientes possuem também alterações de comportamento, ocasionadas devido à halitose, ou pela crença em ter o problema”, afirma.
Qualquer pessoa pode desenvolver a doença, felizmente não é difícil acabar com ela. “Os primeiros resultados já aparecem em poucos dias, mas para tratarmos a segurança do paciente, a diminuição da produção de saliva, etc, a duração média do tratamento é em torno de 02 a 04 meses”, afirma Dr. Maurício.
O psicológico do paciente também é analisado pelo dentista. Além de identificar e tratar as causas do problema, ele procura dar o suporte necessário para que o paciente recupere sua espontaneidade, confiança e auto-estima.
Como prevenir a halitose:
• Cuide de sua saúde bucal (escovação, fio dental e higiene da língua);
• Alimente-se a cada 3 ou 4 horas;
• Beba de 2 a 3 litros de líquidos diariamente;
• Dê preferência a alimentos fibrosos para estimular sua salivação;
• Procure controlar seu nível de estresse;
• Evite enxaguatórios com álcool em sua composição;
• Ao primeiro sinal de sangramento gengival, consulte um cirurgião-dentista.
Dr Maurício Duarte da Conceição é Pós-Graduado em Halitose (Especialização) pela Faculdade São Leopoldo Mandic, membro fundador e ex-presidente da Associação de Estudos e Pesquisas dos Odores da Boca (atual Associação Brasielira de Halitose) e Diretor-executivo da Clínica Halitus (www.clinicahalitus.com.br).