Agora que você já aprendeu nos meus 3 artigos anteriores como identificar as 3 principais causas da halitose, como combatê-las para assim acabar com o mau hálito e onde encontrá-las, nesse artigo vou contar um pouco sobre os estudos que desenvolvi durante o meu mestrado em Psicologia. Caso não tenha lido o artigo primeiro artigo, clique aqui, para ler o segundo, aqui e para ler o último deles, clique aqui.
Você sabia que a grande maioria das pessoas que se queixam em ter halitose não tem o mau hálito que eles acreditam possuir? E que a maioria dessas pessoas desenvolvem muitas consequências psicológicas em seu dia a dia, se tornando menos espontâneas, mais inseguras com relação ao seu hálito e com uma baixa autoestima?
Quem acredita ter halitose desenvolve diversas consequências psicológicas por ter uma convicção inabalável em ter um mau hálito forte, e que todos percebem. Mas, talvez para a sua surpresa, na grande maioria dos casos o problema do hálito não é grave como as essas pessoas acreditam. Por outro lado, por causa de acreditarem em ter um mau hálito forte, essas pessoas desenvolvem diversas limitações em seu dia a dia, como por exemplo:
1. Falar menos;
2. Desviar o rosto para falar;
3. Evitar falar próximo a alguém;
4. Usar mascaradores de hálito;
5. Ter pensamentos de insegurança relacionados à halitose;
6. Colocar a mão na boca ao falar;
7. Restringir-se socialmente devido à halitose;
8. Restringir-se profissionalmente devido à halitose;
9. Restringir-se afetivamente devido à halitose;
10. Falar para “dentro” (prender o ar ao falar);
11. Falar menos em locais fechados, como elevadores e carros lotados;
12. Fazer a higiene bucal e/ou da língua várias vezes ao dia;
13. Isolar-se socialmente, deixando de ir a compromissos, devido à halitose;
14. Desvalorizar-se, com sentimento de baixa autoestima;
Mudanças de comportamento devido à interpretação errônea de gestos e atitudes das pessoas, relacionando-os a seu “hálito ofensivo”:
15. Interpretar erroneamente o ato de alguém passar a mão no nariz, correlacionando essa atitude com uma alteração em seu hálito;
16. Interpretar erroneamente o ato de alguém oferecer-lhe uma bala ou chiclete, correlacionando essa atitude com uma alteração em seu hálito;
17. Interpretar erroneamente que os outros fazem “comentários” sobre seu hálito;
18. Interpretar erroneamente o ato de alguém virar o rosto ou se afastar, quando começa a falar, correlacionando essa atitude com uma alteração em seu hálito.
Em uma das pesquisas durante o mestrado em Psicologia, em um grupo de 156 voluntários, a pontuação média nas 18 Consequências Psicológicas da queixa em ter Halitose acima foi de aproximadamente 15 pontos. Entretanto, dos 156 voluntários, 100 não tinham mau hálito ou apenas uma halitose percebida somente a 15 cm de distância. Ou seja, a grande maioria dos voluntários (dois terços) com uma forte convicção em ter mau hálito, mas com um hálito normal ou apenas levemente alterado.
ENTENDENDO OS RESULTADOS
Das 18 mudanças de comportamentos, pensamentos e sentimentos acima, as pessoas tiveram em média 15 dessas mudanças, o que dá pra afirmar que essas pessoas pensam em mau hálito diversas vezes ao dia, gerando um grande desgaste energético em suas vidas.
A excelente notícia é que eu desenvolvi e aprimorei uma técnica para tratar as Consequências Psicológicas da Halitose, e o primeiro estudo dessa técnica foi publicado no British Dental Journal Open, em Abril de 2018. Para ler esse artigo, em inglês, clique aqui.
As metas do Protocolo Halitus de Tratamento da Halitose, para quem se queixa em ter mau hálito, são duas: Bom hálito e Segurança! Esse é inclusive o tema de um livro que publiquei em 2013, o mais completo no tratamento da halitose já publicado até hoje me todo o mundo. Para conhecer o livro, acesse www.livrodehalitose.com.br.
Para encontrar um profissional qualificado que utilize as Técnicas e Produtos do Protocolo Halitus e que trate também a segurança dos pacientes, você deve acessar os sites www.clinicahalitus.com.br, www.portaldohalito.com.br/profissionais-qualificados ou ainda, pode encontrar profissionais no site da Associação Brasileira de Halitose (www.abha.org.br), ainda que alguns dos os profissionais indicados pela associação não utilizem essas metodologias.