A cirurgia conservadora das amígdalas com laser de CO2, conhecida também por criptólise a laser ou amidalectomia parcial a laser, surgiu como uma opção conservadora à extração radical das amígdalas, pelo reconhecimento destas como importantes órgãos linfo epiteliais, com significante função imunológica e que, em princípio, devem ser preservadas.

A criptólise a laser consiste na remoção de parte das criptas amigdalianas, pequenas cavidades onde se formam os cáseos amígdalianos, conservando porém, um remanescente das amígdalas. Os problemas que este método apresenta são, dependendo da técnica utilizada, por volatilização ou coagulação, ter um pós-operatório dolorido, o fato de poderem ser necessárias sucessivas intervenções cirúrgicas e seu custo, que ainda é alto, especialmente no Brasilnão tendo seu valor coberto pela grande maioria dos convênios médicos.

Em uma das técnicas (por coagulação), as criptas são “abertas” através do uso do laser (vide imagem abaixo), sendo necessárias por vezes sucessivas intervenções para a obtenção de um resultado adequado.

Fonte da imagem: http://www.scielo.br/img/fbpe/rboto/v68n3/10398f1.gif

Na técnica por volatilização (ou vaporização) do tecido amigdaliano, sem o uso de corte, o laser pretende diminuir o volume amigdaliano e reduzir a profundidade das criptas, onde os pacientes com amigdalite crônica tendem a ter a formação de cáseos amigdalianos. O procedimento pode ser feito sob anestesia local, no consultório médico, tomando apenas poucos minutos. O pós operatório costuma ser dolorido. É uma técnica mais radical que a anterior e por vezes necessita de uma segunda intervenção cirúrgica para a obtenção de um bom resultado.

Abaixo são mencionadas as diferenças entre as técnicas do uso do laser, relativas à temperatura e tempo de uso (fonte: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-72992002000300017&script=sci_arttext).

A ação de um laser de CO2 em tecido biológico vivo é essencialmente térmica, sendo classificada normalmente em:

Volatilização – quando há perda de tecido causada pelo aquecimento rápido do mesmo por densidades de potências do laser relativamente altas. Neste caso, as temperaturas alcançadas atingem mais do que 100o C, em tempos relativamente curtos.

Coagulação – é obtida com densidades moderadas de potências do laser de CO2, por tempos da ordem de segundos, atingindo temperaturas no tecido entre 50 a 100o C, com conseqüente desidratação, branqueamento e contração dos tecidos por desnaturação das proteínas e do colágeno.

Hipertermia – é obtida pela manutenção de temperaturas no tecido entre 41 a 44o C por vários minutos, resultando na morte celular causada por alterações enzimáticas. Este processo só pode ser obtido por densidades de potências muito baixas de laser de CO2.